O mês de abril foi marcado por um cenário de muita tristeza e indignação. Tragédias nas escolas, medo e insegurança por parte de pais, alunos e professores.
Num primeiro momento, o estarrecimento ficou por conta da agressividade e violência em escolas, noticiadas amplamente pela mídia. Sabe-se que medidas preventivas e de segurança foram tomadas, tais como: mais policiamento nas escolas, seguranças particulares, orientações de pais, professores e alunos. Contudo, algo aconteceu no pano de fundo destas atrocidades para que estas demonstrações de crueldade viessem à tona.
A humanidade sofreu um abalo psicológico imensurável entre os anos de 2020 e 2021, principalmente entre jovens e crianças. Momento da vida que deveriam estar experimentando novas convivências e se socializando, estavam em sua maioria, sozinhos e confusos. De acordo com resultados preliminares de uma pesquisa internacional com crianças e adultos em 21 países conduzida pelo UNICEF e o Gallup – que tem uma prévia apresentada no relatório Situação Mundial da Infância 2021 – em média, um em cada cinco adolescentes e jovens de 15 a 24 anos entrevistados (19%) disse que, muitas vezes, se sente deprimido ou tem pouco interesse em fazer coisas.
O interessante, porém, preocupante, é que o convívio familiar durante a pandemia, algo que teoricamente deveria unir as famílias pelo fato de estarem mais tempo juntas, em alguns lares trouxe até mais problemas do que os relatados antes do isolamento. Uma pesquisa do “PoderData”, divulgada em 14 de maio de 2021, mostrou que 31% dos brasileiros avaliam que a relação com a família e amigos piorou desde o início da pandemia da covid-19. A pesquisa foi realizada de 10 a 12 de maio.
A falta de tempo de qualidade dedicados uns aos outros e o excesso de cobrança no trabalho por parte dos pais e destes com seus filhos, somados ao uso descontrolado de tecnologias, entre outros motivos, fizeram com que muitas casas fossem apenas locais onde se guardavam pessoas. No outro dia, tudo se repetia. A falta de empatia, a solidão e até mesmo a prática de bullying dentro e fora das escolas deveriam ser levados mais a sério pela sociedade e principalmente pelas famílias. Um súbito grito de socorro deveria ser notado em meio à tanta agressividade. A essência do ser humano é bem maior do que a violência disseminada nas redes sociais.
Obviamente não concordamos com a violência praticada por eles, porém, muitas vezes são jovens pedindo ajuda, por não saberem mais como lidar com suas frustrações, medos e inseguranças dentro e fora de casa.
Rosana Borges Gonçalves – Professora Efetiva nos anos iniciais desde 2001. Pós-graduada em: Novas Tecnologias Educacionais; Ludo pedagogia e Direito Educacional.Graduanda em Direito (Bacharelado).
É chegada a hora de trazermos nossos jovens de volta! Aos poucos, algumas atitudes de amor e carinho, como uma simples e inesperada mensagem dizendo o quanto ama, durante o dia, feita pelo whats, um bombom nas coisas da escolas, elogios pelos esforços e dedicar um tempo só para ouvi-los, entre outros pequenos gestos, poderão ser o primeiro passo para a sua cura e com isso, ouvindo também seu grito de socorro.