Dia Nacional de Combate ao Fumo acende alerta sobre doenças do coração provocadas pelo tabaco
O tabagismo é um dos principais responsáveis por doenças cardíacas, incluindo infartos e AVCs. A cardiologista Julianny Freitas Rafael explica como o fumo impacta a saúde cardiovascular.
O Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, é uma data criada para conscientizar a população sobre os riscos do tabagismo, inclusive em relação à saúde cardiovascular. O cigarro, responsável por uma série de doenças graves, é um dos maiores vilões quando se trata de problemas no coração, como infarto do miocárdio e arritmias. A nicotina, substância altamente viciante presente nos cigarros, provoca uma série de alterações prejudiciais no organismo, aumentando a incidência de doenças cardíacas e vasculares.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo é responsável por cerca de 30% das mortes por doenças cardíacas no Brasil. O risco de infarto em fumantes é três vezes maior em comparação com pessoas que nunca fumaram. Além disso, o tabagismo passivo, ou seja, a inalação da fumaça por não-fumantes, também é um fator de risco significativo, sendo responsável por milhares de mortes prematuras todos os anos.
“A nicotina presente no cigarro provoca o estreitamento das artérias, aumentando a pressão arterial e sobrecarregando o coração,” explica a Dra. Julianny Freitas Rafael, cardiologista e arritmologista. “Com o tempo, esse efeito pode levar a complicações graves, como infarto, insuficiência cardíaca e morte súbita. Parar de fumar é, sem dúvida, uma das medidas mais eficazes para reduzir esses riscos.”
A Dra. Julianny ressalta ainda que, embora o abandono do cigarro seja um desafio para muitos, os benefícios à saúde são significativos e podem ser percebidos em pouco tempo. “Após 20 minutos sem fumar, a pressão arterial e os batimentos cardíacos voltam ao normal. Em 24 horas, o risco de um ataque cardíaco já começa a diminuir. A longo prazo, após 15 anos de abstinência, o risco de doença coronariana se iguala ao de uma pessoa que nunca fumou.”
Além dos impactos diretos no coração, o tabagismo também contribui para o desenvolvimento de outras doenças, como câncer de pulmão, doenças respiratórias crônicas e acidente vascular cerebral (AVC). Os fumantes têm o dobro de chances de sofrer um AVC em comparação com não-fumantes.
Com a crescente popularidade dos cigarros eletrônicos, muitos fumantes acreditam que essa pode ser uma alternativa menos nociva. No entanto, estudos recentes apontam que os e-cigarros também contêm nicotina e outras substâncias prejudiciais, que podem causar inflamações nos pulmões e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
Os números não mentem: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 8 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência do uso do tabaco, sendo que 1,2 milhão são não-fumantes expostos ao fumo passivo. Portanto, a luta contra o tabagismo é uma questão de saúde pública que precisa ser abordada com seriedade e urgência.
“Abandonar o cigarro é uma das melhores decisões para proteger o coração e a saúde em geral”, alerta a Dra. Julianny. A médica cardiologista reforça ainda que “consultar um médico é fundamental para obter suporte nesse processo. Existem diversos tratamentos disponíveis, desde terapias comportamentais até medicamentos, que podem auxiliar o fumante a superar o vício”, finaliza.
Tratamento gratuito
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamentos integrais e gratuitos às pessoas que desejam parar de fumar por meio de medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e outros, além do acompanhamento médico necessário para cada caso. Mais informações podem ser obtidas no Disque Saúde 136.
Sobre a Dra. Julianny Freitas Rafael – Médica cardiologista. Arritmologista da Casa de Saúde São José (CSSJ), Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (IECAC). Médica Cardiologista da Unidade Coronariana da CSSJ. Mestre em Ciências Cardiovasculares pelo INC. Especialista em Estimulação Cardíaca Eletrônica Implantável pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) / DECA AMB. Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)/ Associação Médica Brasileira (AMB). Especialista em Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca do Hospital Quali Ipanema. Capixaba, mas mora no Rio de Janeiro desde 2012. Mãe orgulhosa da Maria Luiza, de 6 anos. |
Encaminhado por: Paula de Paula – Multiverso Comunicação. Foto Divulgação Cedida